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ROI da Educação Corporativa: empresas que treinam mais retêm 75% mais talentos


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O investimento em educação corporativa já não pode ser tratado apenas como custo. Em um mercado altamente competitivo, a capacidade de aprender continuamente é um dos principais diferenciais estratégicos para atrair, desenvolver e reter talentos. Dados da Association for Talent Development (ATD) mostram que empresas que investem consistentemente em programas de aprendizagem conseguem reter até 75% mais colaboradores do que aquelas que não priorizam treinamento.


Essa relação direta entre treinamento e retenção evidencia que o ROI (Retorno sobre Investimento) da educação corporativa vai muito além de métricas financeiras: trata-se de impacto no engajamento, produtividade e cultura organizacional.


Por que o ROI da educação corporativa é tão relevante?


Medir ROI em treinamentos sempre foi um desafio para áreas de DHO (Desenvolvimento Humano e Organizacional). Muitas vezes, as iniciativas de aprendizagem eram vistas como intangíveis, difíceis de quantificar em termos de impacto no negócio. Porém, essa visão vem mudando.


Segundo pesquisa da LinkedIn Learning (2023), 94% dos colaboradores permaneceriam mais tempo em uma empresa se ela investisse em seu desenvolvimento. Isso significa que educação corporativa não apenas reduz turnover — que custa, em média, de 50% a 200% do salário anual de um colaborador substituído —, mas também fortalece o employer branding e aumenta a produtividade.


Além disso, empresas que investem em aprendizado apresentam 21% maior lucratividade e 17% mais produtividade em comparação às concorrentes que negligenciam treinamentos (Gallup, 2023).


Modelos para avaliar ROI em educação corporativa


Para que a educação corporativa seja tratada como investimento estratégico, é preciso mensurar seus resultados. Alguns modelos acadêmicos oferecem bases sólidas:

  • Modelo de Kirkpatrick (1959; 2006): avalia treinamentos em quatro níveis — reação, aprendizagem, comportamento e resultados.

  • Modelo de Phillips (1997): amplia Kirkpatrick incluindo a análise financeira direta do ROI.

  • Modelo ADDIE (Molenda, 2003): organiza o ciclo de análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação, garantindo clareza desde o planejamento.

  • Competency-Based Learning (Boyatzis, 1982): conecta o desenvolvimento diretamente às competências críticas de negócio.


Esses referenciais ajudam o DHO a alinhar as iniciativas de aprendizagem com indicadores de performance e resultados tangíveis.


Treinar mais é reter mais


A correlação entre treinamento e retenção é clara. Empresas que oferecem jornadas consistentes de aprendizagem reduzem o risco de turnover precoce e aumentam o engajamento.


Um exemplo prático vem da Deloitte (2021), que apontou que organizações com programas de desenvolvimento robustos têm 30% mais chances de estar entre as líderes de seus setores. No Brasil, dados do Great Place to Work mostram que colaboradores de empresas que investem em capacitação contínua relatam níveis de satisfação e engajamento significativamente maiores.


A explicação é simples: quando o profissional percebe que a empresa investe em seu desenvolvimento, sente-se mais valorizado, engajado e inclinado a construir uma carreira de longo prazo na organização.


ROI além do financeiro


O ROI da educação corporativa vai além da conta direta de custos versus ganhos. Ele se manifesta em três dimensões principais:

  1. Financeira: aumento da produtividade, redução do turnover e maior lucratividade.

  2. Estratégica: alinhamento do desenvolvimento de pessoas às metas de negócio, inovação e competitividade.

  3. Cultural: fortalecimento dos valores organizacionais, disseminação de boas práticas e preservação do conhecimento crítico.


Aqui, vale destacar o papel do Lifelong Learning, conceito difundido pela UNESCO (Lengrand, 1970; Faure, 1972; Delors, 1996) e atualizado no Brasil por Conrado Schlochauer (2018). A aprendizagem ao longo da vida permite que a educação corporativa não seja um evento pontual, mas um processo contínuo de desenvolvimento que transfere e preserva conhecimento sobre processos, ética, segurança, clientes e inovação.


Exemplo prático


Imagine uma empresa de varejo com alto turnover entre atendentes. Após implementar uma trilha estruturada de onboarding, treinamentos técnicos e programas de liderança baseados no modelo de Kirkpatrick, conseguiu:

  • Reduzir em 40% a rotatividade nos 12 primeiros meses;

  • Aumentar em 22% a produtividade média das lojas;

  • Comprovar ROI positivo em menos de um ano, considerando a redução de custos de demissão e contratação.


Esse case mostra como medir ROI não é apenas possível, mas essencial para demonstrar valor estratégico da área de DHO.


Conclusão


O dado de que empresas que treinam mais retêm 75% mais talentos é um alerta poderoso. Investir em educação corporativa significa reduzir custos de turnover, aumentar engajamento e, principalmente, alinhar o desenvolvimento de pessoas aos objetivos estratégicos da organização.


O ROI vai além de números: ele representa o impacto direto da aprendizagem sobre a sustentabilidade e competitividade do negócio.


👉 E a sua empresa: está tratando a educação corporativa como custo ou como investimento estratégico?


📌 Fontes e referências

  • ATD – State of the Industry Report (2022).

  • LinkedIn Learning – Workplace Learning Report (2023).

  • Gallup – State of the Global Workplace Report (2023).

  • Deloitte – Global Human Capital Trends (2021).

  • Great Place to Work – Estudos sobre engajamento e retenção (2022).

  • Lengrand, P. (1970). An Introduction to Lifelong Learning. UNESCO.

  • Faure, E. et al. (1972). Learning to Be: The World of Education Today and Tomorrow. UNESCO.

  • Delors, J. et al. (1996). Learning: The Treasure Within. UNESCO.

  • Schlochauer, C. (2018). Lifelong Learning: Aprender ao longo da vida. São Paulo: DVS Editora.

  • Molenda, M. (2003). In search of the elusive ADDIE model. Performance Improvement, 42(5), 34–37.

  • Kirkpatrick, D. L., & Kirkpatrick, J. D. (2006). Evaluating Training Programs: The Four Levels. Berrett-Koehler.

  • Phillips, J. J. (1997). Return on Investment in Training and Performance Improvement Programs. Butterworth-Heinemann.

  • Boyatzis, R. E. (1982). The Competent Manager: A Model for Effective Performance. John Wiley & Sons.


 
 
 

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