Data Driven em DHO: usando métricas para medir impacto dos treinamentos
- Jaime Galvão

- 7 de out.
- 3 min de leitura

Durante muito tempo, o investimento em treinamentos corporativos foi visto como algo difícil de mensurar. Aplicava-se um curso, coletavam-se pesquisas de satisfação e, a partir daí, assumia-se que tudo estava bem. Porém, em um mercado competitivo e digital, essa abordagem já não é suficiente. É preciso que o DHO (Desenvolvimento Humano e Organizacional) adote uma mentalidade data driven, utilizando métricas claras para demonstrar o impacto da aprendizagem sobre o negócio.
Segundo a LinkedIn Learning (2023), apenas 8% dos líderes de DHO conseguem mostrar o ROI dos programas de treinamento de forma efetiva. Isso revela um enorme espaço para evolução: enquanto outras áreas já trabalham com dados avançados, muitas vezes o DHO ainda depende de percepções subjetivas.
Por que adotar uma abordagem Data Driven?
Ser data driven significa tomar decisões baseadas em evidências, não em intuição. Em educação corporativa, isso se traduz em responder a perguntas como:
Os treinamentos estão impactando a performance dos colaboradores?
Quais conteúdos realmente engajam?
Quem está se desenvolvendo e quem precisa de reforço?
Qual é o ROI real do investimento em aprendizagem?
De acordo com a ATD (2022), organizações que medem sistematicamente o impacto da aprendizagem têm 35% mais chances de demonstrar valor estratégico para a diretoria.
Principais modelos de avaliação
Ao longo das últimas décadas, diferentes pesquisadores propuseram metodologias para mensurar a efetividade da aprendizagem corporativa:
Modelo de Donald Kirkpatrick (1959; 2006): avalia em quatro níveis — reação, aprendizagem, comportamento e resultados.
Modelo de Jack Phillips (1997): amplia Kirkpatrick ao incluir o cálculo direto do ROI.
Modelo ADDIE (Molenda, 2003): estrutura o ciclo de análise, design, desenvolvimento, implementação e avaliação.
Competency-Based Learning (Boyatzis, 1982): conecta treinamentos às competências críticas do negócio.
Ciclo de Aprendizagem Experiencial de David Kolb (1984): enfatiza que o aprendizado é mais eficaz quando passa por experiência, reflexão, conceitualização e aplicação prática.
Esses modelos oferecem bases sólidas para transformar indicadores em decisões concretas.
Métricas que importam em DHO
Na prática, algumas métricas são fundamentais para medir impacto dos treinamentos:
Taxa de conclusão: percentual de colaboradores que completam as trilhas.
Engajamento: tempo médio gasto, participação ativa e interação com conteúdos.
Aprovação e satisfação: percepção de valor pelos participantes (nível 1 de Kirkpatrick).
Aprendizagem: evolução de conhecimentos e habilidades, medida por avaliações (nível 2).
Transferência para o trabalho: mudanças observadas no comportamento após os treinamentos (nível 3).
Resultados de negócio: impacto em vendas, produtividade, qualidade e inovação (nível 4).
ROI financeiro: retorno obtido em comparação ao investimento (Phillips, 1997).
Como a Mannix potencializa essa abordagem
Na prática, medir todos esses indicadores pode ser complexo. É aqui que soluções como a Mannix fazem diferença.
A plataforma extrai informações diretamente dos programas de aprendizagem e gera indicadores-chave (KPIs) como engajamento, aprovação e satisfação. Além disso, vai além do monitoramento:
Utiliza inteligência artificial para fazer análise crítica dos indicadores;
Identifica padrões e gargalos que poderiam passar despercebidos;
Gera sugestões automáticas de melhoria para maximizar os resultados;
Permite que o DHO conecte métricas de aprendizagem aos objetivos estratégicos da organização.
Assim, o DHO não só mede, mas também aprende com os dados, criando um ciclo de melhoria contínua.
Exemplo prático
Uma empresa de serviços implantou um programa de treinamento em atendimento ao cliente. Antes, limitava-se a medir apenas a satisfação dos participantes. Com a Mannix, passou a acompanhar também:
Taxa de conclusão (aumentou de 60% para 90%);
Tempo médio de resolução de chamados (reduziu em 25%);
NPS de clientes atendidos por colaboradores treinados (subiu 18 pontos);
Sugestões de melhoria de conteúdo baseadas em IA, que aumentaram a clareza dos módulos.
O resultado foi um ROI estimado em 3,2 vezes o valor investido em menos de um ano.
Conclusão
A transformação digital exige que o DHO deixe de operar na intuição e adote uma gestão data driven. A combinação de métricas consistentes, modelos acadêmicos de avaliação e tecnologias como a Mannix permite não apenas comprovar ROI, mas também antecipar gargalos, engajar colaboradores e alinhar a aprendizagem aos objetivos estratégicos da empresa.
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📌 Fontes e referências
ATD – State of the Industry Report (2022).
LinkedIn Learning – Workplace Learning Report (2023).
Kirkpatrick, D. L., & Kirkpatrick, J. D. (2006). Evaluating Training Programs: The Four Levels. Berrett-Koehler.
Phillips, J. J. (1997). Return on Investment in Training and Performance Improvement Programs. Butterworth-Heinemann.
Molenda, M. (2003). In search of the elusive ADDIE model. Performance Improvement, 42(5), 34–37.
Boyatzis, R. E. (1982). The Competent Manager: A Model for Effective Performance. John Wiley & Sons.
Kolb, D. A. (1984). Experiential Learning: Experience as the Source of Learning and Development. Prentice Hall.






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